segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

O Trânsito e o Conformismo Paulistano

Essa saiu na Folha de São Paulo de ontem. Isso tudo, acredito, todos nós já tínhamos idéia, mas quando são apresentados números, é possível quantificar a coisa. Transcrevo aqui a reportagem de Samantha Lima publicada no caderno Cotidiano em 07/02/10.
Caos no trânsito faz paulistano ficar bem mais em casa: Três em cada cinco paulistanos têm ficado mais tempo em casa para evitar congestionamentos. Proporção igual já incorporou o trânsito lento como rotina de seu dia. Metade dos motoristas nada faz para reduzir o tráfego; só um em cada cinco dá carona e um em dez usa transporte coletivo.
As estatísticas são de um levantamento do Núvleo de Estudo em Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral. O estudo ouviu 300 motoristas no ano passado.
Enquanto o trânsito não anda, 30% dos paulistanos ouvem notícia, 27% ouvem música, 16% estudam e 11% trabalham. Um em cada dez apenas observa o trânsito, indica a pesquisa.
(...)Mais do que curiosidades o estudo revelou para o pesquisador um inquietante conformismo com o trânsito.
"Ouvi pessoas que se diziam satisfeitas ao constatarem que tinham no carro um tempo livre para fazerem outras coisas, enquanto estavam retidas. Elas não percebem que esse tempo poderia ser mais bem aproveitado".
(...) Outro ponto preocupante do conformismo, segundo o pesquisador, é o fato de a população se indignar cada vez menos com o caos no trânsito, tomando-o como parte da rotinae, com isso, arrefecer as cobranças ao setor público por políticas que melhorem o trânsito.
A pesquisa foi repetida no Rio, em Belo Horizonte e Porto Alegre. Das quatro cidades, São Paulo registra o maior grau de conformismo: 61%. O Rio não fica muito atrás: 58%.
Em Belo Horizonte estão os menos conformados: 47%, ante 42% em Porto Alegre e 35% na capital de São Paulo.

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